CÂNCER DE PRÓSTATA
Vamos falar sobre isso?
Leia, abaixo, informações importantes sobre incidência, fatores de risco, sintomas, diagnóstico precoce, tratamentos e prognóstico.
O QUE É O CÂNCER DE PRÓSTATA?
O câncer de próstata é o segundo tumor maligno mais comum entre os homens no Brasil. Ele afeta a próstata*, uma glândula do sistema reprodutor masculino que envolve a uretra (canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis), localizada logo abaixo da bexiga e à frente do reto¹.
*A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, que fica abaixo da bexiga e na frente do reto, e tem como principal função produzir um fluido que faz parte do sêmen. O câncer de próstata ocorre quando células desta glândula começam a crescer descontroladamente¹.
FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE PRÓSTATA
Apesar de 75% dos casos no mundo atingirem a população masculina na terceira idade¹ (a partir dos 65 anos) a incidência do câncer de próstata aumenta consideravelmente a partir dos 50 anos. Fatores genéticos hereditários, histórico familiar⁴, tabagismo e excesso de gordura corporal⁵ também incidem sobre o aumento do risco da doença.
AS ESTIMATIVAS PARA O CÂNCER DE PRÓSTATA
Conforme indica a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de próstata corresponde a 13,5% de todos os cânceres no mundo². No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta o correspondente da doença a 29,2% dos tumores malignos (atrás apenas do câncer de pele não melanoma) ³ e estima 66 mil novas ocorrências a cada ano até 2022. Isso significa um risco estimado de 62,95 casos novos para cada 100 mil homens³. Em 2018, esse tipo de câncer levou a 15.391 óbitos¹ no país.
SINTOMAS DO CÂNCER DE PRÓSTATA
O câncer de próstata em estágio inicial não costuma apresentar sintomas. Já em fase mais avançada, o paciente pode ter sintomas miccionais como dificuldade para urinar, jato urinário fraco e desejo frequente de urinar, sensação de não esvaziamento da bexiga, presença de sangue na urina e insuficiência renal e dor – essas principalmente no caso de o paciente já possuir metástase óssea3.
Em fase inicial, a evolução da doença costuma ser silenciosa³ e pode ocorrer sem que o paciente manifeste sintomas comumente vistos nas fases tardias. Entretanto, podem ocorrer sintomas semelhantes às doenças benignas da próstata, como é o caso da hiperplasia (aumento da próstata) ou da prostatite (inflamação causada por bactérias), que afetam metade dos homens com mais de 50 anos⁴.
A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER DE PRÓSTATA E OS EXAMES NECESSÁRIOS
O diagnóstico precoce do câncer de próstata possibilita melhores resultados no tratamento³. Por isso, ter acompanhamento regular com o urologista, mesmo na ausência de sintomas, e investigar sinais e sintomas sugestivos da doença é tão importante.
Para investigar os sinais e sintomas de um câncer de próstata e descobrir se a doença está presente ou não, são feitos basicamente dois exames iniciais3:
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Exame de toque retal: exame rápido e indolor em que médico avalia tamanho, forma e textura da próstata, introduzindo o dedo protegido por uma luva lubrificada no reto. Este exame permite palpar as partes posterior e lateral da próstata3 e deve ser feito com regularidade.
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Exame de PSA: é um exame de sangue que mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata - Antígeno Prostático Específico (PSA). Níveis altos dessa proteína podem significar câncer, mas também doenças benignas da próstata3.
Esses exames devem ser realizados a partir dos 50 anos por todos os homens e a partir dos 45 anos para pacientes negros ou que têm história de câncer da próstata na família5.
EXAMES COMPLEMENTARES
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Biópsia: Para confirmar o diagnóstico de câncer de próstata é necessário fazer uma biópsia⁶, único exame capaz de confirmar células cancerígenas com 100% de precisão³. Nesse exame, são retirados pedaços muito pequenos da próstata para serem analisados no laboratório. A biópsia é indicada caso seja encontrada alguma alteração no exame de PSA ou no toque retal⁴. Nos dias posteriores ao procedimento, pode haver desconforto, presença de sangue na urina ou no sêmen e ainda risco de infecção, tratável com antibiótico.
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Tomografia computadorizada, ressonância magnética e cintilografia óssea (para verificar a preservação dos ossos) também são tipos de exames que podem ser solicitados, a depender do resultado da biópsia.
ESTÁGIOS CLÍNICOS E OS TRATAMENTOS
1 e 2 – Cirurgia de retirada da próstata, radioterapia, com ou sem associação à terapia hormonal;
3 – Tratamento combinado cirurgia (retirada da próstata) + radioterapia e/ou hormonioterapia;
4 – Quimioterapia, hormonioterapia e medicações que fortalecem os ossos.
QUAIS SÃO OS TRATAMENTOS DO CÂNCER DE PRÓSTATA (E COMO ELES PODEM SER FEITOS)
Radioterapia, quimioterapia, cirurgia e terapia/bloqueio hormonal:
A escolha do melhor tratamento é feita individualmente por um médico especializado após definir quais os riscos, benefícios e melhores resultados para cada caso, conforme estágio da doença7 e condições clínicas do paciente⁴. Eles incluem várias modalidades e técnicas, podendo ser combinadas ou não⁴.
A maioria dos tumores localizados é tratável com radioterapia, associados ou não à hormônioterapia, ou cirurgia. Quando a doença se espalhou para outra parte do corpo (considerada doença metastática), há indicação de terapia hormonal³ como base do tratamento. Medicações para potencializar o bloqueio hormonal da testosterona ou quimioterápicos são algumas das alternativas entre os protocolos de tratamento⁶.
É importante ressaltar que para todas as modalidades terapêuticas existem benefícios, mas também riscos de efeitos adversos, principalmente nas funções sexual e urinária⁴.
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Nos pacientes que apresentam a doença com baixo risco de progressão, pode ser indicado somente o acompanhamento com vigilância ativa do tumor e, neste caso, é necessário enfatizar a necessidade de fazer os exames periódicos indicados.
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Quando localizado apenas na próstata, este câncer pode ser tratado com a cirurgia de retirada total deste órgão juntamente com as vesículas seminais, sendo esse tratamento indicado principalmente nos homens com grande expectativa de vida e que apresentam riscos de progressão da doença se ela não for tratada adequadamente. A radioterapia pode ser indicada em alguns casos.
A terapia de bloqueio hormonal pode ser utilizada em várias situações:
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Se o paciente não pode realizar cirurgia ou radioterapia, ou se a doença não pode ser curada por estes procedimentos, pois o câncer já se disseminou além da próstata.
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Se o câncer não foi totalmente retirado ou recidivou após a cirurgia ou radioterapia.
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Junto com a radioterapia como tratamento inicial, se o paciente tem um alto risco de recidiva após o tratamento (risco determinado com base na pontuação de Gleason, nível do PSA e/ou desenvolvimento do tumor fora da próstata).
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Antes da radioterapia para tentar reduzir o tamanho do tumor e tornar o tratamento mais eficaz.
* Este tratamento tem por objetivo de reduzir o nível dos hormônios masculinos (andrógenos) no corpo, uma vez que são eles que estimulam as células do câncer de próstata a crescerem. Existem diferentes tipos de terapia hormonal e a escolha deve ser feita em conjunto com seu médico levando em consideração, dentre outros fatores, a fase da doença.
Existem ainda outras medicações e quimioterápicos que podem ser alternativas de acordo com a extensão e as características da doença, incluindo opções de quimioterapia de administração oral5.
A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO CONTÍNUO
Mesmo cumprido todas as etapas do tratamento recomendado, o paciente deve manter consultas regulares ao médico, pois é necessário monitorar o nível de Antígeno Prostático Específico (PSA)8.
A recomendação das sociedades brasileiras de urologia e oncologia é medir o PSA com maior frequência nos meses subsequentes à cirurgia ou radioterapia, aumentando o intervalo após alguns anos, se tudo estiver dentro da normalidade. Em casos suspeitos, orienta-se a realização de novos exames de imagem na busca de alguma lesão residual que possa sinalizar uma recidiva local8.
O período de mensuração sugerida é de três a quatro meses nos primeiros dois anos após o tratamento inicial; semestralmente até o terceiro ano; e anualmente depois deste período, se não houver suspeita de recidiva8.
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Referências
1 https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/es...
2 https://gco.iarc.fr/today/data/factsheets/populations/900-world-fact-she...
3 https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-prostata
4 http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/cancer-de-prostata
5 Maule, M. , Merletti, F. , 2012. Cancer transition and priorities for cancer control. Lancet Oncol.. 13, 745–746.
6 https://portaldaurologia.org.br/publico/noticias/aconselhamento-para-o-d...
7 http://www.oncoguia.org.br/conteudo/hormonioterapia-para-cancer-de-prost...
8 http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2015/DDT_Adenocarcinom...