Mas o que é câncer de próstata?

A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, que fica abaixo da bexiga e na frente do reto, e tem como principal função produzir um fluido que faz parte do sêmen. O câncer de próstata ocorre quando células dessa glândula começam a crescer descontroladamente. A doença é o segundo tipo mais comum de câncer entre os homens no Brasil.

Perfil dos pacientes entrevistados

Foram entrevistados 200 homens acima dos 40 anos, diagnosticados há mais de dois anos, divididos em grupos de pacientes metastáticos (com avanço do câncer de próstata) e não metastáticos.

Os pacientes ouvidos tinham, em média, 64 anos de idade e conviviam com o câncer de próstata há cerca de cinco anos.

Destaca-se que o grupo de paciente com avanço da doença apresentou uma taxa de 33% maior de desemprego em comparação àqueles em fases mais iniciais.

Diagnóstico

O levantamento revela que um em cada três homens nunca procurou um médico como medida preventiva, apenas recorrendo a um especialista depois de apresentar algum sintoma.

Em média, os participantes da pesquisa levaram seis meses para buscar atendimento após o surgimento de sintomas.

Para se chegar ao diagnóstico de câncer de próstata, os pacientes passaram em média por 2,6 profissionais. Sendo que o urologista foi o profissional procurado por 46% dos entrevistados após os primeiros sintomas, enquanto 37% recorreram a um clínico geral.

A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens a partir de 50 anos devem procurar um profissional especializado para avaliação. Se houver histórico familiar, a rotina deve ser iniciada aos 45 anos. Os exames de toque retal e a dosagem do antígeno prostático específico (PSA) no sangue são os testes mais comuns, mas o médico pode solicitar exames complementares.

Impacto em suas vidas

Sete a cada dez pacientes declararam que o avanço da doença representou uma piora significativa em sua qualidade de vida, que foi comprometida principalmente por fraqueza (32%), dores gerais (27%) ou dores nos ossos (27%).

Além de o levantamento indicar que o número de pacientes em fase metastática que precisou parar de trabalhar foi de quase duas vezes maior ao daqueles em fase menos grave.

Outro reflexo do avanço da doença se dá no aspecto do convívio social: o número de pacientes em fase metastática que deixou de realizar este tipo de atividade foi quase três vezes maior do que os pacientes em fases mais iniciais. 80% dos entrevistados afirmaram que o câncer de próstata impactou suas vidas sexuais.

A pesquisa apontou ainda que as principais reações dos pacientes ao receber o diagnóstico do câncer foram: preocupação, medo e tristeza. Mas conforme avanço do tratamento, estes sentimentos vão ficando menos intensos, abrindo espaço para maior tranquilidade e esperança.

Principais sintomas:

• Fluxo urinário fraco ou interrompido.
• Vontade de urinar frequentemente à noite.
• Dores no quadril, coxa, ombro e outros.
• Sangue na urina ou no líquido seminal.
• Fraqueza ou dormências nas pernas e nos pés.

Tratamento

O intervalo médio identificado entre os primeiros sinais da doença, o diagnóstico e o começo do tratamento foi de 15 meses, e 71% dos pacientes sem metástase fizeram cirurgia e radioterapia. Já no grupo metastático, 39% disseram ter feito cirurgia, radioterapia e estão em tratamento medicamentoso.

Segundo o Dr. Fernando Maluf, oncologista clínico e diretor médico do Centro Oncológico da Beneficência Portuguesa de São Paulo, o diagnóstico precoce é a chave para a cura, pois de dez pacientes com doença não avançada, de oito a nove serão curados.

Um novo medicamento já disponível no Brasil demonstrou adiar o surgimento de metástase do câncer de próstata, oferecendo mais qualidade de vida e diminuindo o risco em 72% de progressão para metástase. O remédio bloqueia o mecanismo pelo qual o câncer de próstata cresce, evitando que o hormônio masculino alimente as células tumorais.

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